quinta-feira, 17 de abril de 2008

Economia

Alcoa planeja iniciar a mineração em Juruti no começo de setembro

Paulo Leandro Leal

A Alcoa planeja iniciar em setembro deste ano o início da lavra de bauxita na mina que está implantando no município de Juruti, oeste do Pará. O anúncio foi feito nesta quinta-feira, 10, pelo Gerente de Sustentabilidade e Assuntos Institucionais da empresa, Maurício Macedo, durante palestra a empresários no II Encontro de Negócios de Juruti. Macedo apresentou em detalhes, a uma platéia de mais de 160 empresários da região, em que estágio estão as obras do empreendimento de 1,7 bilhão de reais.

Ao EcoAmazônia, Macedo informou que a lavra de bauxita deve começar antes do início da operação da ferrovia e do porto. "No final do terceiro trimestre pretendemos iniciar a lavra para testar os equipamentos e para fazer estocagem", revelou o gerente. Mas ele ressalta que o início das atividades depende da obtenção da Licença de Operação do empreendimento. A empresa planeja embarcar o primeiro navio de Bauxita em Juruti no mês de outubro, no máximo início de novembro.

Macedo explicou aos empresários que as prospecções realizadas apontam para uma reserva de 700 milhões de toneladas de bauxita. "É suficiente para operarmos por cerca de 70 anos", explicou, informando que a empresa tem projetos de implantar uma planta de beneficiamento do minério, verticalizando a produção. Inicialmente, no entanto, será exportada a bauxita bruta, apenas britada e lavada em Juruti.

Serão produzidas cerca de 2,5 milhões de toneladas por ano nesta fase inicial. Mas a Alcoa já anunciou que vai expandir a capacidade da mina, que fica há mais de 60 quilômetros da cidade de Juruti. Uma ferrovia para o transporte do minério e uma rodovia para o tráfego de veículos estão em fase adiantada de construção.

Um dos fatores que podem atrasar o início da operação da Alcoa em Juruti é o inverno. Devido às fortes chuvas, a empresa prefere não garantir uma data para início das atividades. Nas placas indicativas das obras executadas por empreiteiras contratadas, a data da entrega foi coberta com tinta. Somente o ano - 2008 - foi mantido. Segundo a empresa, as incertezas sobre quando começa o período de verão levam a uma dificuldade para se estabelecer uma data específica.

Mas as obras seguem em ritmo acelerado onde é possível atuam mesmo com as chuvas e a cidade de Juruti vive a efervescência do investimento. As ruas do comércio estão sempre lotadas de pessoas, impulsionando as vendas. Segundo o Programa de Desenvolvimento de Fornecedores (PDF) do Pará, cerca de sete mil pessoas trabalham hoje diretamente no projeto. Cada um destes empregados representa duas ou três pessoas a mais em Juruti, o que fez a população local pular de 37 mil para 60 mil.

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